O confinamento atribuído pela Pandemia foi uma oportunidade para nos aproximarmos da leitura, pois a atividade preenche o tempo ocioso e enriquece nossa linguagem. Os livros têm como função transmitir conhecimentos, divertir, enriquecer culturalmente, aproximar as pessoas e, ainda, fazer-nos companhia. Como descreve o escritor Rubem Alves: “Um livro é um brinquedo feito com letras. Ler é brincar”.
É uma excelente opção para estimular a imaginação e criatividade das crianças. Quando os pais compartilham histórias para os filhos antes de dormir, ocorre uma troca de atenção voltada exclusivamente a elas. É o momento em que acontece uma viagem com os personagens e cenários do texto, contribuindo para descoberta de gostos, expressões e estabelecer vínculo em família.
O livro passou por diversas transformações. Desde o surgimento do alfabeto, os povos da antiguidade escreviam em pedras ou em placas de argila. A técnica foi inovada e surgiram os papiros por volta de 3 mil anos antes de Cristo, no Egito Antigo. Depois vieram os pergaminhos, os quais possuíam mais resistência, o que facilitou o acesso aos textos.
Na Idade Média, os monges copistas eram pessoas anunciadas a fazer a cópia das obras, geralmente de caráter religioso. Poucas pessoas tinham acesso aos livros e ao conhecimento. No século XV, o inventor e gráfico alemão Johannes Gutenberg (1398-1468) revolucionou a história do livro. Ao introduzir a técnica da prensa móvel (tipográfica), já descoberta na China anteriormente, Gutemberg permitiu a reprodução de cópias e a popularização do livro.
Com o avanço da tecnologia temos a oportunidade de acesso aos livros virtuais através dos equipamentos eletrônicos – computadores, PDAs, leitor de livros digitais ou até mesmo celulares que suportem esse recurso. A principal vantagem do livro digital é sua portabilidade e a grande revolução é o processo de inclusão para os deficientes visuais possibilitando o mesmo canal de leitura que a população que não apresenta nenhuma deficiência.
Embora nos últimos três anos os livros digitais tenham experimentado crescimento em 115%, algumas pessoas ainda preferem o livro físico, pois as versões digitais nunca proporcionarão o prazer do cheiro de livro novo, de sentir a textura do papel enquanto folheado, de realizar anotações a próprio punho e sentir orgulho de uma obra em sua estante.
O médico neurologista Fernando Gomes Pinto diz que a sensação de calma que pode ser causada por um livro tem explicação científica: “A Literatura estimula o cérebro de uma forma global. É um exercício que é um processo de aquisição de dados mais lento que o áudio e vídeo, este tempo permite a maturação de pensamentos mais tranquilos e menos ansiosos”.
Desta maneira, independentemente da escolha de cada um, seja o livro impresso ou eletrônico, o importante é ter acesso a leitura, compartilhar conhecimentos, aproximar pessoas, afinal, não é fácil ficar confinado em casa em meio a um turbilhão de sentimentos.