Além dos fatores externos, que estão evidentes aos nossos olhos, existem algumas adversidades que estão escondidas em nós e que precisamos nos atentar antes que se agravem.
Em vista da nova rotina de trabalho e das adaptações que vivenciamos, necessário cuidar daquilo que é importante: nosso organismo. Isso porque, dependemos de um estado mental saudável e equilibrado para atingir os objetivos e demandas do dia-a-dia.
Referente às adequações, com o isolamento social e a conduta prevencionista, a sociedade precisou revolucionar a maneira de trabalhar, adotando, em sua maioria, o regime de Home Office.
Para grande parte da população, as dificuldades em lidar com medidas costumeiras, como a locomoção, as compras em mercados e farmácias, a utilização de máscaras e luvas, tornam-se mais perceptíveis neste momento. Não é o simples fator “tomada de atitude”, ação pura e simples, mas a maneira que se encontra de tomar tal atitude, ou seja, o impulso e o efeito na psique¹.
Isso porque, precisamos nos concentrar no estado emocional, que estando afetado, pode nos prejudicar nos afazeres mais simples, em decorrência do desenvolvimento de transtornos ansiosos e depressivos. Quer dizer, como nos sentimos por dentro, influencia em como nos posicionamos, o auto-conhecimento é fundamental para tanto.
Como se não bastasse a sensação de impotência, surge a preocupação com a economia, tanto para empregados quanto para empregadores. Favorece, portanto, a elevação do nível de estresse, que nos limita a capacidade laboral e influencia diretamente no nosso corpo, com a liberação do hormônio cortisol², que em excesso, abaixa a imunidade, leva-nos a adquirir doenças e complicações como a própria depressão (além de outros fatores).
Assim, necessário compreender o que está em desordem, equilibrar a situação e até mesmo estabelecer rotinas que permitam uma maior produtividade e bem-estar, além da saúde física e mental. Elaborar uma estratégia em tempo de quarentena é uma conquista enorme para a relação de trabalho, mas isso é possível se olharmos atentamente os sintomas. O transtorno começa quando a emoção passa do limite. Como dizem os estudos “Em vez de mover para frente, o nervosismo exagerado deixa o indivíduo travado, impede que ele faça suas tarefas e atrapalha os seus compromissos. Isso lesa a autonomia e prejudica a realização de atividades simples e corriqueiras”, caracteriza o médico Antônio Geraldo da Silva, diretor da Associação Brasileira de Psiquiatria.
Enfrentamos, assim, o desconhecido, o “EU” interior, principalmente quando passamos tanto tempo sozinhos. Acreditamos que muitos vão conhecer quem são e o que podem ser. Lidar com isso de forma real e equilibrada é essencial para a relação de trabalho, também. Artes, educação física, religião, matérias que não eram tão importantes para a educação básica, passam a ter uma importância fundamental em época de quarentena.
Acalmemo-nos, isso não é uma tentativa de romantizar um problema maior, mas uma iniciativa pequena, que servirá de alerta para quem quer seja, para quem deseja se tornar um indivíduo útil, sensato e sereno, para si e para uma empresa que enfrenta instabilidades. Muitos passam pelo mesmo problema e está tudo bem, a partir do momento em que tomadas atitudes de melhoria e compreensão, que acarretam também um destaque positivo.
Nada melhor que fazer circular o lembrete a partir de nós, advogados que cuidamos dos seus direitos e propagamos tantas informações importantes.
– texto sem cunho científico.
¹Psique, conceito psicanalítico sobre ego, mente e alma e seus estudos.
²Cortisol, hormônio produzido nas glândulas suprarrenais. Por Dra Amanda Sant Anna Aiello Xavier